2018-01-31

As Escolhas















Decidimos por ali ou acolá, dizemos que sim ou que não, vamos pela esquerda ou pela direita, viramos para a auto-estrada ou vamos pela secundária, compramos o branco ou o preto.
Enfim, estas questões fazem parte dos nossos dias. Assim como o velho dilema do certo e do errado.
Sim, todas as escolhas têm uma intenção implícita (e dominadora), trata-se da eleição da escolha certa.
Valha-me Deus, quando percebemos que isto não é, na verdade, real?

Elogiamos a experiência como um método infalível de aprendizagem. Aliás, o próprio método científico não vive sem ela. Prestigiamos a prática do saber e sobre a palavra experiência erguem-se teorias, princípios, comemorações e uma infinidade de eventos.
“A prática leva à perfeição”, “O hábito faz o monge”, “É errando que se aprende.”

É fácil concluir sobre a importância de não ter tomado a outra decisão.
Se a decisão fosse sempre a correcta, onde estaria a nossa aprendizagem?
Como teríamos chegado à complexa ciência da computação, aos satélites no espaço, enfim, percebe-se o sentido. Já Thomas Edison dizia “Eu não falhei, só encontrei mil formas de não funcionar”.E mesmo com a experiência, vem sempre outra encruzilhada, e por aí adiante.
















Então, se existem dúvidas nas escolhas, deveriam ter outro nome, ou adoptarem um desprendimento da sua interpretação.
Mas a verdade é que, perdidas na proporção das coisas da vida, incomodam muitas mentes, promovem discussões e desaceleram relações.

Pondo de lado as dúvidas e voltando às escolhas, a questão do livre arbítrio é ainda um conceito obscuro aos olhos da ciência. São simplesmente reacções químicas e processos neurológicos, ou a fonte é mais profunda? Se temos a capacidade de escolher, onde reside o controle dos acontecimentos? Onde fica a imprevisibilidade?

Estudos recentes comprovam que antes da escolha consciente, já uma decisão foi tomada a um nível que só actualmente é possível medir.
A tomada de decisão parece afinal não surgir da área onde a pessoa conscientemente optou. De acordo com alguns investigadores, a tomada de decisão é feita momentos antes, sem que a pessoa tenha essa consciência.

Mesmo antes de decidir conscientemente que vai beber um café, essa escolha já existe num outro plano. Alguns falam de áreas do subconsciente, outros mesmo do inconsciente.
Se incluirmos o inconsciente colectivo, que a meu ver habita o mesmo espaço que o inconsciente, sinto-me obrigada a fazer referência à manifestação do tempo e à suposta direcção dos acontecimentos. Se o tempo criado originalmente expande-se pelo universo, qual é na verdade a sua direcção? De que forma se manifesta no inconsciente?

A ciência ainda não tem resposta, e de alguma forma, mesmo subtil, nós também não.
Afinal, o que comanda as nossas escolhas?

Por outro lado, cientistas fazem referência às leis da natureza, como decisoras dos eventos.
Se decido ir pela estrada junto ao mar ao invés de escolher a estrada do campo, nenhuma delas é correcta ou incorrecta. Ela é o que é. Ela é a experiência. É a noção intrínseca do equilíbrio.

Faz-me pensar então que a escolha não existe em mim, mas manifesta-se em mim. Ela vem de mim, sem dúvida, mas de um lugar onde entra em cena o todo, onde eu sou o real mestre das minhas acções, elas próprias habitantes da natureza e do cosmos, no lugar onde não há certo e errado. 












For the wise man looks into space and he knows there is no limited dimensions.
(Lao Tzu)

The past, like the future, is indefinite and exists only as a spectrum of possibilities.
(Stephen Hawking)

Prediction is very difficult, especially if it's about the future.
(Niels Bohr)