Durante séculos, achamo-nos
o centro do universo.
Hoje sabemos que não somos o
centro de nada. Integramos o sistema solar que, habitando a ponta da galáxia,
segue o seu caminho pelo espaço a uma velocidade surpreendente.
No entanto, mantém-se em nós
humanos um sentimento exagerado de grandeza, agora mais refinado e sofisticado,
mas que, na verdade, tem vindo a definir toda a história da humanidade.
Continuamos tontinhos, mesmo
após 50.000 anos de existência como hoje nos conhecemos. Continuamos a lutar
pelo território e a formar colónias e clãs. Continuamos megalómanos, ao mesmo
tempo que continuamos a procurar segurança.
Estamos neste planeta, mas
ainda andamos à procura do nosso lugar. Temos a abundância da natureza, mas
temos de ter mais ainda para não faltar. Somos um pacote de energia, mas temos
medo de morrer.
Quando, na verdade, não
somos mais que qualquer outra existência no universo.
Tudo o que que existe vem da mesma fonte, tem a mesma base de composição e a mesma capacidade de manifestação.
Cada átomo origina-se de
outro átomo e cada célula origina-se de outra célula.
Somos feitos da mesma coisa
que cria o universo. Dentro de nós encontra-se exatamente a mesma substância.
E nas entrelinhas, o
passado, presente e futuro coexistem. Desta forma, acreditamos alegremente que
há um início e um fim, quando na verdade, o universo revela-se a cada instante,
rindo-se das nossas ilusões…e sofisticações.
Desconheço as verdades do
universo, seja o que for que isto signifique. O que pressinto é que a ideia de que
estamos todos conectados, ou que somos todos um, não faz jus à imensidão
da nossa existência.
Somos feitos da mesma
substância que as estrelas. Se vemos o universo fora de nós, à distância de
onde os recursos permitem, muito mais existirá para além…e nós somos simplesmente
tudo isso!
‘Nós somos um meio para o
Universo conhecer a si mesmo. Uma parte do nosso ser sabe que essa é a nossa
origem. Nós desejamos voltar. E podemos, porque o Cosmos também está dentro de
nós. Nós somos feitos de matéria estrelar.’
(Carl Sagan)