“A renúncia é a libertação.
Não querer é poder.
(…)
Transeuntes eternos por nós
mesmos, não há paisagem senão o que somos. Nada possuímos, porque nem a nós
possuímos. Nada temos porque nada somos. Que mãos estenderei para que universo?
O universo não é meu: sou eu.”
Fernando Pessoa – “Livro do
Desassossego”
Desde o famoso provérbio –
Querer é poder, aos milhares de livros, artigos, vídeos, eventos, temos sido encaminhados para querer.
Querer está implícito na história,
como a separação entre o homem e a natureza.
Mas quando queremos, não
somos.
Só posso mesmo fazer uma
vénia ao nosso querido Pessoa.
Quem nada quer, tudo tem.
Pois nós temos o que somos, não o que queremos.
Querer significa já por si
não ter.
Ser significa ter.
Não querer não significa resignação.
Não querer é ser, é acção.
Há experiência, criação e consciência.
Pode-se argumentar que para
agir é preciso querer.
Eu contra-argumento, é preciso
mesmo?
Francis Bacon, o pai do
método científico escreveu – Wonder is the seed of knowledge.
Wonder, not want.
O que procuramos afinal?
Porque queremos tantas
coisas?
Meio mundo quer uma coisa, e
que se saiba, não a tem.
Que grande chatice.
Todos queremos paz no mundo.
Pois, querer não gera acção.
Ser sim. “…O universo
não é meu: sou eu.”
I think 99 times and find nothing. I stop thinking, swim in silence,
and the truth comes to me.
(Albert Einstein)
What we achieve inwardly will change outer reality.
(Otto Rank)
To the mind that is still, the whole universe surrenders.
(Lao Tzu)