Não bastava a data de Natal. Agora temos a abertura oficial das compras de Natal – o Black Friday está em todo o lado, tenhamos paciência.
Nunca os reis magos sonharam
como iriam mudar o mundo aquando das oferendas a Cristo.
Diz-se que Jesus não nasceu
em Dezembro, mas sim em Março.
Assumindo-me como leiga nos
detalhes desta história, arrisco-me a fazer referência a alguns autores,
estes sim estudaram o suficiente para afirmar que o nascimento de Cristo foi
astutamente colocado no solstício de inverno, evento comemorado desde há
milénios e que movia naquela época a verdadeira celebração da vida.
No entanto, aqui estamos nós
às voltas com o Natal e tudo o que ele se tornou na nossa sociedade.
Não desfazendo o espírito,
que segundo muitos é uma hipocrisia, ou outros que alegam que mais vale um dia
no ano que nenhum, pretendo somente mencionar sobre o júbilo ilusório na
propensão do consumo.
Isto porque testemunhei uma
multidão em fúria no primeiro dia dos descontos nas grandes superfícies. Aquilo
não era de todo seres humanos, nem tão pouco feras selvagens…estas só procuram
o que necessitam.
Não é minha intenção
depreciar o labor de milhões de pessoas, ou mesmo a complexa rede da economia e
a necessidade de produção em prole de uma sociedade social e financeiramente
estável.
Sim, todos sabemos que se
produz em demasia, pois consome-se em demasia.
O que apraz ser importante
nesta altura é uma consciência do que é fundamental nas nossas vidas.
O conforto e o gozo fazem sem
dúvida parte de uma vida sã, no entanto só o cumprem no seu próprio equilíbrio.
A questão não está nos
gastos excessivos ou na falta deles. O que importa é estarmos bem com o que
fazemos. Não há aparências nem expectativas. Não há danos morais nem monetários.
E não há o comentário
habitual “já não posso ver mais comida à frente.” (é um insulto).
Não me revolto com o
sistema, pois é o universo que está no comando. Não almejo mudar a economia dos
estados e as ganâncias que se escondem por detrás.
Quem convive com a sua consciência
mais profunda, sabe no íntimo do seu ser que a vida é experiência e por aí
adiante.
No entanto, posso ser alheia
ao marketing agressivo, à panóplia de estímulos comerciais quando caminho na
rua e ao movimento frenético das pessoas.
Há muito consumo e há muito
desperdício, ou lixo, para ser mais clara.
Vivamos na abundância que
nos faz feliz, com certeza, mas para isso não é preciso agitar o mundo desta
forma.
We are not rich by what we possess but by what we can do without.
(Immanuel Kant)
Abundance is not something we acquire. It is something we tune into.
(Wayne Dyer)
Whenever you find yourself on the side of the majority, it is time to
pause and reflect.
(Mark Twain)