2017-11-13

Momentos...


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Falamos comumente em problemas e a partir deles procuramos soluções…e mantemo-nos na ilusão da separação.
Não existem problemas, não existem soluções.
A existência das coisas é ela mesma um movimento ilusório do nosso cérebro, aprisionado por ideias criadas fora de nós, alegando que são para nós.
 
A realidade, comprovadamente enganosa no que concerne à forma, é-nos debitada através de infinitos cálculos moleculares, via de uma função graciosa de troca entre elementos microscópicos, mas suficiente para podermos enxergar o que nos rodeia.
No entanto, e já dizia o escritor – só se vê bem com o coração – e não posso ser alheia a esta sentença, já que aproxima-se singularmente daquilo que a minha intuição pretende espelhar, ela também um pouco singular, dado que percebe distraidamente a verdadeira realidade das coisas.
 
Não existem problemas, não existem soluções…remeto-me humildemente ao início, almejando o encontro da unidade, desfazendo antónimos em prole de uma aspiração de vida.
Nada é premente sem que o seu centro seja o eixo efectivo, a convergência divina da polaridade. Para ela, inclino-me com reverência, e assumo com respeito os meus próprios erros, tão humanos quanto aos dos humanos. Contudo, é para mim positivamente esmagador a consciência de que nada é verdadeiro às portas da dualidade, mesmo ludibriada por um cenário que à partida parece um só.
 
Arrisco-me a firmar a existência como algo que só é possível a partir da sua fonte, e esta é indubitavelmente, não o verso, não o reverso, não a unidade, não o conjunto, não o Eu, não o Tu…o que nos remete quase por brincadeira a 15.6 biliões de anos atrás, onde de facto o Nada é Tudo.
 
A existência passa assim a ser uma única, onde dentro dela, se quisermos, reside o que falaciosamente chamamos de problema e solução. Prefiro então, mesmo incapaz de desenredar-me do artifício gramatical, sujeita obviamente a denominações mentais, a maior parte inconsciente, aludir aos prefixos da língua, tornando a existência em coexistência e fazer desta última o meu preceito.
 
 
 

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