2018-05-28

O Fitness

















À parte do que se passa no desporto de alta competição, o fitness é um movimento que move milhões. Tema de capa de revistas, cria cursos e profissões, vende produtos, serve para programas de entretenimento e é até influenciado por tendências. Enfim, está em todo o lado de uma forma massiva, abusiva e perturbadora para muitos.

Afinal, que respeito temos pelo nosso corpo?

Ao frequentar os ginásios mais conhecidos, e até mesmo os de bairro, não houve nada que me fosse prazeroso, nem mesmo os personal trainers, alguns até giros, mas não era isso que procurava.
Vejo mais gente feliz nas caminhadas pela praia ou pelo campo, do que testemunhei naqueles momentos na ala das máquinas, ou mesmo nas aulas de grupo.

Será que se está verdadeiramente conectado com o corpo?

Atualmente, muitos estudos indicam que não devemos ultrapassar os 15 minutos por dia a praticar exercício físico árduo, enquanto que em caminhadas podemos ultrapassar os 60. Estes resultados estão descritos em livros, revistas e até mesmo incluídos em diálogos cinematográficos.

Porque multidões passam diariamente pelos ginásios? É pelo culto do corpo? É porque dizem que se deve fazer exercício? É porque há peso a mais? É para confraternizar? É porque é moda?

Vários médicos internacionais afirmam que andar, apanhar 15 minutos de sol por dia, ser ativo em casa e executar tarefas manuais é o ideal para manter o corpo em forma.
É agradável ver tantas pessoas a correr no exterior. É chocante ver algumas dessas pessoas a correr em sofrimento que quando passam por nós espirram tensão em demasia. Confesso que já levei com umas gotas de suor alheias em algumas das minhas caminhadas.

Não prescindo do ar livre, onde as elevações naturais não estão à mão de um clique na tecla da máquina. A terra puxa por nós, as pedras no caminho que fazem trabalhar todos os músculos das pernas. E o ar…ah, o ar sem suor, sem ares condicionados que já respiraram todas as respirações profundas quando alguém pôs mais um peso na máquina, e claro, sem a radiação de todos os ecrãs e colunas de som que se espalham violentamente pelo recinto.

Marcar a aula com antecedência, receber infinitos emails pois é importante manter o cliente, enfrentar o trânsito para não chegar atrasado, não esquecer o kit no porta bagagens do carro, pagar ao final da semana ou do mês, fazer questão de dizer que não conseguiu ir ao ginásio… Tudo isto é antagónico ao movimento intrínseco do nosso organismo.

Fazer alongamentos com o apoio dos troncos das árvores ou do banco do jardim, usar um arbusto caído para fazer flexões, respirar ar livre quando se acelera um pouco mais, andar, correr, dançar, jogar na praia, só pode mesmo integrar o corpo na terra e sem dúvida que faz manter uma mens sana in corpore sano.













Mexer-nos é bom. Respirar é essencial. O exercício é uma ligação do corpo à terra.
Realizar este facto é não precisar de pensar que tem de se fazer exercício. O movimento torna-se natural. Não é óbvia esta sintonia corpo-terra?
Torna-se uma forma de vida. É ter pensamento ativo.

O estado de consciência nivela a disposição. A disposição nivela o movimento. O movimento nivela o estado de consciência.
No entusiamo do movimento nutrimos o coração, integramos a tonificação dos músculos com a renovação das células, ouvimos a respiração e geramos alegria.










True enjoyment comes from activity of the mind and exercise of the body; the two are ever united.
(Wilhelm von Humboldt)

The purpose of training is to tighten up the slack, toughen the body, and polish the spirit.
(Morihei Ueshiba)

The mind is the most important part of achieving any fitness goal. Mental change always comes before physical change.
(Matt McGorry)