À parte do que se passa no desporto de alta competição, o fitness é um movimento que move milhões. Tema de capa de revistas, cria cursos e profissões, vende produtos, serve para programas de entretenimento e é até influenciado por tendências. Enfim, está em todo o lado de uma forma massiva, abusiva e perturbadora para muitos.
Afinal, que respeito temos
pelo nosso corpo?
Ao frequentar os ginásios
mais conhecidos, e até mesmo os de bairro, não houve nada que me fosse
prazeroso, nem mesmo os personal trainers, alguns até giros, mas não era isso
que procurava.
Vejo mais gente feliz nas
caminhadas pela praia ou pelo campo, do que testemunhei naqueles momentos na
ala das máquinas, ou mesmo nas aulas de grupo.
Será que se está verdadeiramente conectado com o corpo?
Atualmente, muitos estudos
indicam que não devemos ultrapassar os 15 minutos por dia a praticar exercício
físico árduo, enquanto que em caminhadas podemos ultrapassar os 60. Estes
resultados estão descritos em livros, revistas e até mesmo incluídos em
diálogos cinematográficos.
Porque multidões passam
diariamente pelos ginásios? É pelo culto do corpo? É porque dizem que se deve
fazer exercício? É porque há peso a mais? É para confraternizar? É porque é
moda?
Vários médicos
internacionais afirmam que andar, apanhar 15 minutos de sol por dia, ser ativo
em casa e executar tarefas manuais é o ideal para manter o corpo em forma.
É agradável ver tantas
pessoas a correr no exterior. É chocante ver algumas dessas pessoas a correr em
sofrimento que quando passam por nós espirram tensão em demasia.
Confesso que já levei com umas gotas de suor alheias em algumas das minhas
caminhadas.
Não prescindo do ar livre,
onde as elevações naturais não estão à mão de um clique na tecla da máquina. A
terra puxa por nós, as pedras no caminho que fazem trabalhar todos os músculos
das pernas. E o ar…ah, o ar sem suor, sem ares condicionados que já respiraram
todas as respirações profundas quando alguém pôs mais um peso na máquina, e
claro, sem a radiação de todos os ecrãs e colunas de som que se espalham
violentamente pelo recinto.
Marcar a aula com
antecedência, receber infinitos emails pois é importante manter o cliente,
enfrentar o trânsito para não chegar atrasado, não esquecer o kit no porta
bagagens do carro, pagar ao final da semana ou do mês, fazer questão de dizer
que não conseguiu ir ao ginásio… Tudo isto é antagónico ao movimento intrínseco
do nosso organismo.
Fazer alongamentos com o
apoio dos troncos das árvores ou do banco do jardim, usar um arbusto caído para
fazer flexões, respirar ar livre quando se acelera um pouco mais, andar,
correr, dançar, jogar na praia, só pode mesmo integrar o corpo na terra e sem
dúvida que faz manter uma mens sana in
corpore sano.
Mexer-nos é bom. Respirar é essencial. O exercício é uma ligação do corpo à terra.
Mexer-nos é bom. Respirar é essencial. O exercício é uma ligação do corpo à terra.
Realizar este facto é não
precisar de pensar que tem de se fazer exercício. O movimento torna-se natural. Não é óbvia esta sintonia corpo-terra?
Torna-se uma forma de vida.
É ter pensamento ativo.
O estado de consciência
nivela a disposição. A disposição nivela o movimento. O movimento nivela o
estado de consciência.
No entusiamo do movimento
nutrimos o coração, integramos a tonificação dos músculos com a renovação das
células, ouvimos a respiração e geramos alegria.
True enjoyment comes from activity of the mind and exercise of the body; the two are ever united.
(Wilhelm von Humboldt)
The purpose of training is to tighten up the slack, toughen the body,
and polish the spirit.
(Morihei Ueshiba)
The mind is the most important part of achieving any fitness goal.
Mental change always comes before physical change.
(Matt McGorry)
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