2021-02-04

Planeta Escola

 











Nos meandros dos acontecimentos que têm assolado o globo desde o últmo ano, muitas conclusões se podem tirar, tantas quantos indivíduos existem.

É uma confusão de ideias, teorias, interpretações, resultados, sugestões e opiniões. 

Pelo contrário, em lugares longínquos, selvagens ou rurais, o tumulto perde força. Consigo imaginar o agricultor a ceifar as suas terras, a olhar o céu, desligado de uma realidade ruidosa e atormentada.

Em outros contextos ao longo do planeta, plantou-se o que mais nos afasta do nosso centro, da nossa fonte, da resposta pacífica a qualquer pergunta. Refiro-me ao implacável, obscuro e impiedoso medo.

Observando uma raça, dita inteligente, a abraçar o medo de uma forma tão automatizada, rendi-me à ideia de que este é um Planeta Escola.


Chegamos imperfeitos a este pequeno ponto do sistema solar, ocultando uma viagem que percorremos há milhões de anos. Vimos confrontar a imperfeição. 

Uma das primeiras coisas que enfrentamos é o medo. O medo de ser abandonado, o medo de não ser amado, o medo da falta, o medo de não ser aceite. 

Mais tarde aparecem as inseguranças, a solidão, os traumas, a ganãncia, a mentira, o poder, a desilusão, enfim, o medo mascarado.

Tratamos mal o ambiente, os animais, as emoções e as soluções. 

Interagimos consoante as leis da nossa mente mais profunda e é claramente notório que cada ser humano que pisou este planeta carregou e carrega uma dor.


Quanto ao últimos acontecimentos, é fácil perceber como o medo contagiou toda uma raça num curto período de tempo, anulando a sua auto consciência arruinando as suas defesas pessoais. 

O ser humano é estúpido, o poder corrompe e as massas perederam a personalidade. 

Na verdade, viemos aqui para aprender que, no que diz respeito à verdade, não existe medo.

Aterramos aqui para nos curarmos. Estamos neste planeta para aprender a não ter medo e, pelos vistos, vamos ter de repetir o percurso muitas e muitas vezes.


Viajamos dentro de um sistema, o qual habita a cauda da galáxia, a qual se move velozmente, juntamente com biliões de galaxias, através do universo. 

O universo não tem prazos para a nossa aprendizagem. Podemos demorar cem, mil ou um milhão de anos, está tudo ok.

Temos todo o tempo do mundo para agarrar a beleza, o amor, a alegria e tudo o que este planeta nos pode ensinar, para gerir as nossas resoluções e soluções.

O que conquistamos deve ser puro, divertido e eloquente. Deve ser brilhante, mágico, simples e livre.

Um Viva para a Verdade, a Paz e o Amor!









People keep on learning
Soldiers keep on warring
World keep on turning
Cause it won't be too long

Powers keep on lying
While your people keep on dying
World keep on turning
Cause it won't be too long

I'm so darn glad he let me try it again
Cause my last time on earth I lived a whole world of sin
I'm so glad that I know more than I knew then
Gonna keep on trying
Till I reach my highest ground
 
Teachers keep on teaching
Preachers keep on preaching
World keep on turning
Cause it won't be too long
Oh no
 
Lovers keep on loving
Believers keep on believing
Sleepers just stop sleeping
Cause it won't be too long
Oh no
 
I'm so glad that he let me try it again
Cause my last time on earth I lived a whole world of sin
I'm so glad that I know more than I knew then
Gonna keep on trying
Till I reach my highest ground


"Higher Ground"
Stevie Wonder (1973)

Song performed by Playing for Change https://www.youtube.com/watch?v=3hGSqqhhokE


2020-04-25

Equilíbrio












Se o 1 é o nascimento, o 2 a interação e o 3 o crescimento, o 4 só pode ser a estrutura. A estrutura para permitir o crescimento.

O ano de 2020, cuja soma é 4, fica marcado com o evento atual.

À parte das conspirações, dos interesses, dos segredos, das ideias, das perdas e das emoções, está o equilíbrio.

Ora, a realidade existe no equilíbrio. É ele que faz as coisas acontecerem. Se quisermos observar a realidade , seja ela qual for, sem juízos de valor, encontramos uma expressão interessante. Utilizemos o conceito de Yin e Yang.

É sabido que a humanidade, nos últimos  anos, apresentou uma energia Yang muito forte. Estava acelerada demais, a vários níveis. Yang é activo, masculino, criativo, luz, dia, calor, duro, sol.

Se pensarmos em equilíbrio, e digamos que tal nos apraz, o planeta precisava de reduzir a força Yang e aumentar a força Yin. Yin é passivo, feminino, receptivo, escuridão, noite, frio, macio, sombra.

É fácil perceber que o isolamento, a cooperação e o confronto com a sombra são energias Yin, neste momento necessárias para o equilíbrio das forças.
É o momento para estarmos em paz com nós mesmos, estarmos mais Yin  e permitir esta estruturação.

À parte das conspirações, dos interesses, dos segredos, das ideias, das perdas e das emoções, o percurso é pessoal. É o momento para quebrar crenças, valorizar as pequenas coisas, escutar o planeta a respirar, ser genuíno, ser confiante, respeitar o corpo e sorrir.

Estamos todos juntos na mesma escola da vida.





2020-02-11

Os Animais















Vou ser breve, e porventura um pouco áspera, no que toca ao assunto dos animais como fonte de alimento.

Todos sabemos que a carne é uma fonte de proteína e alimentou os primeiros povos como recurso fundamental.

Contudo, e já não sendo eu uma criatura pré-histórica, considero que as descobertas que realizámos nos últimos séculos acerca de alimentos vegetais altamente proteicos são adequadas, ricas e mesmo apetecíveis para serem a nossa fonte de alimento. Mais, são saudáveis, mantêm o peso ideal e fornecem a energia necessária ao funcionamento do nosso corpo.

Pois é violento demais, chocante até, o tratamento a milhões e milhões de animais para que estes possam saciar tantos caprichos.

E esses animais estão a falar connosco, a dizer-nos que temos de parar com a produção massiva, acelerada e torturante.

Primeiro foram as vacas, depois as aves, a seguir os porcos, e agora, mais uma vez, a origem de um novo parasita está num animal muito procurado para alimento.  Numa perspectiva, isto não é mais que um sinal de alerta para parar a forma brutal como se têm tratado os animais.

Pessoalmente, deixei de comer carne há bastante tempo. Fi-lo sem nenhum fundamentalismo, apenas porque respeito o meu corpo, as minhas células e os animais, e opto por não pactuar com uma indústria que já perdeu a sua causa há muito tempo.


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2019-12-07

Olhar

















É curioso como tem vindo a evoluir o nosso olhar sobre as coisas.

Olhámos o céu, escondemo-nos em cavernas, explorámos territórios, encontrámos algumas leis da natureza e fomos até ao centro do átomo.

Pintámos a natureza, edificámos estruturas, construímos transportes e, até agora, fomos até aos zeros e uns.

O olhar inspirou poetas, descobridores, aventureiros, curiosos e filósofos.

O instinto humano de percorrer o mundo está ligado ao olhar. Olhar o novo, o diferente, o ambicionado e, por fim, experimentar.

Na verdade, apesar de sabermos actualmente que não é o olho que vê, mas sim o cérebro, não comentamos um pôr do sol sem a possibilidade de o admirar.

Não pretendo aqui referir sobre a não realidade das coisas, tão subtilmente mascarada pela nosso sentido da visão. Pretendo sim declarar a importância de um movimento salutar para os nossos olhos.

Refiro-me aos telemóveis. Ora, não é inédito para ninguém o assunto sobre o abuso na sua utilização no dia-a-dia das pessoas. É uma realidade presente para todos. Para aqueles que se movimentam em cidades sobrepopuladas, com agitação constante, nos transportes, nas ruas, nos cafés, enfim, é vincadamente notória a tendência cada vez maior de manter o olhar baixo.
















Falo da questão de  como o cérebro se comporta quando se passa muito tempo a olhar para baixo.
A ciência de facto já explicou que, não só um cérebro feliz estimula a actividade física, como a actividade física estimula um cérebro feliz.

Quando os nossos olhos estão muito tempo a olhar para baixo, a informação processada no cérebro é, de grosso modo, de que a pessoa está triste ou deprimida. E é esta a resposta neurológica que vai acontecer, através da produção de substâncias que trazem essa informação para todas as células do corpo. Isto por existir um comportamento continuado.

Num dia normal, acabamos por não ver nada daquilo que foi efectivamente o nosso dia, para vermos somente o que se passava no telemóvel. Além de que se reduz astronomicamente o tempo que passamos a olhar para longe, exercício tão importante aos olhos.

Nada contra estes aparelhos. A sua utilidade está comprovada. Contudo, se ouvimos dizer que há cada vez mais depressões ou mesmo que as pessoas andam todas loucas, não deixa de ser pertinente colocar esta variável na equação.

O espaço é uma benção. É o fluxo mágico do universo, o equilíbrio perfeito dentro de uma complexidade que talvez nunca consigamos entender. A verdade é que esta é a nossa grande oportunidade de olhar para cima e ver que o mundo é muito maior do que podemos considerar. Limitar-nos a olhar para baixo é uma opção, mas não é um caminho, metaforica e literalmente falando.
















Far away there in the sunshine are my highest aspirations. I may not reach them, but I can look up and see their beauty, believe in them, and try to follow where they lead.
(Louisa May Alcott)

I just think that humans were created to look upward.
(Catherine Hicks)

Keep looking up. That’s the secret of life.
(Snoopy)

2019-10-30

(Ps)ecologia







Cuidar dos recursos, preservar terrenos e espécies, respeitar as leis da mudança, da integração e da adaptação é, e sempre foi, fundamental.

No entanto, não se trata de repetir tantas coisas que já sabemos sobre o ambiente. Poluímos com os plásticos, CO2, óleos, lixo. Desbastamos milhares de quilómetros quadrados e utilizamos os oceanos e, atualmente, o espaço, para despejar aquilo que já não nos interessa. Há ainda a radiação que aumenta exponencialmente, fruto da evolução tecnológica, e que é uma poluição invisível.
Apesar do tema render milhões a nível mundial, não sejamos fatídicos. A nossa responsabilidade é fazer o melhor que sabemos.

Porém, há um lugar deste cenário onde podemos realmente fazer mossa.
Falo da Psecologia.

Sendo a ecologia a relação entre os seres vivos e o meio ambiente, mais recentemente ao abrigo de modelos ecológicos, a Psecologia passa a ser a relação da consciência do indíviduo com o seu corpo e, por sua vez, com o planeta. Ora, para preservar esta relação, na verdade é necessário manter mens sana corpus sana.

Se as emoções formam moléculas com uma determinada vibração, não será óbvio pensar que se um indivíduo se sente bem consigo mesmo, afetará obviamente a sua estrutura física? Pois sim! Mas atenção,  não se trata do comportamento, vai para além de uma simples atitude. Trata-se de uma conexão e sintonia entre o coração, a pessoa e o planeta.

Dito de outra forma, a frustração, raiva, agressividade, ganância, medo, insegurança são emoções contraproducentes para o indivíduo, mas são também fortes poluidores do nosso ambiente. Esta perspectiva é igualmente essencial para o equilíbrio dos sistemas físicos.





A Terra formou-se há 4.56 biliões de anos. A vida surgiu 1 bilião de anos depois. No seu interior, uma força de calor brutal faz gerar um campo eletro-magnético, forte o suficiente para afastar os ventos e radiações solares, o que a torna ainda mais poderosa.

Devemos com certeza manter limpo e são o ambiente onde vivemos. Contudo, precisamos perder a ideia arrojada de que devemos salvar o planeta.
O planeta é mais forte do que todas as pessoas juntas, um pouco mais velho e, parece-me, mais dominante também.

Respeitar a força do planeta é ligar o nosso coração ao seu coração. É respirar fundo, estar em paz. Desta forma, alinham-se todas as frequências e aqui não há poluição.

Limpemos os nossos pensamentos. Não estejamos contra, não estejamos a favor. Sejamos a força que naturalmente é cada pessoa. A natureza, o nosso corpo e a nossa consciência vêm do mesmo lugar, e é neste lugar que preservamos o que de melhor existe – a vida.

Esta é uma função em que ninguém precisa de ficar à espera de alguém para fazer alguma coisa.
É feita aqui e agora, dentro de nós. Tudo o que for feito a seguir, só pode ser bom!

E aqui o planeta agradece.



Keep close to Nature's heart... and break clear away, once in a while, and climb a mountain or spend a week in the woods. Wash your spirit clean.
(John Muir)

I did not become a vegetarian for my health, I did it for the health of the chickens.
(Isaac Bashevis Singer)

Much of the debate over global warming is predicated on fear, rather than science.
(Jim Inhofe)


2019-08-07

A data de nascimento




















Quantas interpretações e análises são feitas a partir da nossa data de nascimento…

Desde a astrologia, numerologia, desenho humano, kin, feng dhui, enfim, são bastantes as técnicas de procura e encontro com o nosso ser e com a nossa vida.

Contudo, custa-me a crer que uma data de nascimento determine uma personalidade, os seus medos, os seus conflitos, as suas vitórias, as suas experiências e a sua existência.
É verdade que todas as correntes, de um modo geral, sublinham que há um papel do indivíduo no cumprimento ou incumprimento das interpretações. Mas não é isto que importa neste tema. Não irei mergulhar no assunto sobre se há ou não um destino ou sobre as suas possíveis previsões. Nada disto!













Cada vez mais ouvimos teorias sobre a relação entre nós e o o cosmos. Aliás, fazemos parte dele. É óbvio que tem de nos influenciar. Bom, influenciar não é a palavra correcta. Há sim uma partilha de energia dentro de um movimento veloz demais para nos darmos conta, e cujo conjunto mantém esta estabilidade que observamos.

Assim, não posso de todo negar que, no momento em que uma nova forma de vida surge de um conjunto de outras formas de vida, não se estabeleça uma ligação com o alinhamento das estrelas.

Então, em que ficamos?

Simples! Essa ligação é anterior ao nascimento. É a consciência – a nossa energia na sua essência – que vai determinar a nossa data de nascimento, e não o contrário. 
Quer queramos quer não, vimos do mesmo lugar que tudo o que existe. Não começamos quando nascemos. Nada se cria, tudo se transforma, certo?

Com efeito, os números refletem um mundo que parece ser invisível, mas que comanda as tropasSomos uma ferramenta de equilíbrio em todo o universo, cada pessoa, cada grão de areia, cada partícula.

Se nasci no dia d, mês m, ano a, hora h e minuto m, então é porque a minha essência partilhava da mesma essência que o cosmos. É naquele momento que inicia um novo processo. É a energia que define a manifestação, e não o contrário.

Se o homem tem vindo a estudar os céus, as ideias, as conjunturas e as observações, então aproveitemos o seu conhecimento e engajemo-nos, ocasionalmente, com uma interpretação que, ao fazer sentido para nós, pode abrir novos olhares.

No entanto, há qualquer coisa maior, e ela é somente o facto de que fazemos parte do tudo e do nada, logo, somos nós que guardamos a equação que define o momento em que nascemos, provavelmente de tudo o resto também, contudo só a primeira basta para confiar no processo.

















There was a star danced, and under that was I born.
(William Shakespeare)

The two most important days in your life are the day you are born and the day you find out why.
(Mark Twain)

My life is a simple thing that would interest no one. It is a known fact that I was born, and that is all that is necessary.
(Albert Einstein)

2019-03-03

Deus















Ensinaram-nos que Deus está no céu.
…e ainda hoje olhamos para o céu quando falamos com Deus.
Porque temos de localizar Deus em algum lugar?
Enfim, porque criámos Deus?

À parte das origens do conceito de Criador, provavelmente em uma qualquer noite onde o primeiro homem olhou o céu estrelado e vislumbrou a lua cheia a observá-lo. Ou em dias de tempestade, a ouvir o firmamento estrondar, não sabendo se eventualmente este lhe caía em cima.

Se o homem receou as forças da natureza e criou um Ser que o poderia proteger, porque o criou também para castigar? Pois…o medo, a separação com tudo o resto. O aparecimento do Eu. E a seguir a culpa e a submissão.
Não irei enredar-me em teorias sobre o que transformou a adoração ao desconhecido, milhares de anos atrás, em uma disciplina que alterou todo o curso da história, onde Deus pode castigar, e até isto o homem usar em seu proveito.
























Enfim, seja qual for a conceção, religião, doutrina, corrente, abordagem, posição, ideologia, há sempre um Deus.
Seja realizado pela razão, pela emoção, pelos sentidos, pela penitência ou transcendência, é sempre para chegar a Deus.
Estando fora ou estando dentro, seja um ou sejam muitos, existe sempre Deus.

Como pessoa, não sei responder sobre quem é Deus, o que é Deus ou por onde anda. E para afirmar tal coisa, é porque na verdade estou a conceber eu também a existência de Deus.
Contudo, não é de todo algo superior a mim, nem inferior, nem maior, nem menor, nem mais ou menos importante.

Deus é o que chamamos de nada. Deus está entre as coisas. Deus está entre mim e ti. Deus está entre uma galáxia e a outra galáxia. Deus está entre uma partícula e a outra partícula. Deus é o campo…e o campo é o que permite que tudo exista.
É como dizer que as coisas estão em Deus, e não que Deus está nas coisas.
























God is the tangential point between zero and infinity.
(Alfred Jarry)

God used beautiful mathematics in creating the world.
(Paul Dirac)

One and God make a majority.
(Frederick Douglass)

God is a verb, not a noun.
(R. Buckminster Fuller)

God ever geometrizes.
(Plato)

I believe in Spinoza's God who reveals himself in the orderly harmony of what exists, not in a God who concerns himself with the fates and actions of human beings.
(Albert Einstein)