O título já está errado!
Como dizem alguns autores,
não existem doenças, assim como não existem saúdes.
Existem sintomas.
A doença e a saúde são dois
polos da mesma realidade.
O que isto quer dizer?
Chamamos doenças ao conjunto
infinito de sintomas, muitos dos quais já estamos muito habituados a ouvir.
No entanto, dado não haver
doenças per si, conclui-se facilmente
que é a pessoa que está doente.
Isto é lógico, certo?
Como refere Luis Martins Simões
– curar a pessoa e não a doença.
Identifica-se a zona do
corpo afectada, mas continua a ser a pessoa que está doente.
Ou é uma dor de cabeça, uma
questão cardíaca, respiratória, linfática, uma deficiência, alterações nos
sentidos, transtornos digestivos, ou tantas outras. Todas elas reflectem um
conflito interno.
Até mesmo lesões com origem
em acidentes, um ataque externo ou psicopatologias, são reflexo de uma batalha
travada pela própria pessoa.
Ok. E agora?
Em primeiro lugar, não faz
sentido os sintomas surgirem para nos fazer mal. Simplesmente não pode
funcionar assim.
É simples! A nossa essência,
a nossa fonte, enfim, a nossa consciência, é tremendamente teimosa no que diz
respeito ao nosso crescimento.
Ela só tem um objectivo – revelar-se
em nós.
Nascemos, crescemos,
aprendemos, experienciamos, desenvolvemo-nos, reproduzimo-nos, enfim, todo um
sentido, metaforicamente ascendente, para encontrarmos o sentido e a sabedoria.
O que fazemos? Olhamos para
o órgão (ou sistema) que se encontra afectado e percebemos qual a função do
corpo que não está a operar naturalmente.
Sendo a doença um alerta da
consciência para a nossa harmonia, vem ela por missão avisar-nos qual a função
da nossa vida a transformar, ou melhor, a fazer alguma coisa, bolas!
Já é fácil compreender que a
nossa atitude define a nossa vida. No entanto, agarramo-nos às nossas crenças, projectamo-nos
nos outros, adoptamos imagens que não são nós, retemos as nossas emoções tornando-as
em pesos brutos no nosso corpo, e não queríamos que isso trouxesse desequilíbrio?
O nosso corpo é sincero, e
mostra-nos isso com a sua complexidade e perfeição, pela função de cada canto
de si mesmo, gritando através do seu físico, da sua química, da sua dor e da
sua alegria.
Por exemplo, problemas nos
pulmões representam a dificuldade da pessoa proteger-se do exterior. A pessoa
pode ter mesmo receio de ser agredida. Os pulmões permitem a respiração, a qual
possibilita a união com a vida. Traduzem assim a capacidade de deixar entrar a
vida em si.
Problemas no estômago
reflectem uma difícil gestão com uma situação que se apresenta constante na
vida.
As alergias são a forma que
o corpo encontra para exteriorizar agressividade contida. A pessoa está a viver momentos de
irritação com pessoas próximas. Pode estar a fazer o que não gosta, e estar ser
até pressionada para isso.
Problemas no fígado, por seu
lado, representam mágoas do passado, alimentadas constantemente por raiva.
Trata-se de emoções primitivas que bloqueiam o equilíbrio deste órgão. O fígado
tem inúmeras funções, produz, processa, converte, sintetiza, recicla, armazena
inúmeras substâncias no organismo. O seu trabalho reside assim na aceitação,
análise e transformação no sentido benéfico para a vida.
Problemas nos rins representam
medo do futuro, em particular carreira e finanças.
Uma constipação, por
exemplo, representa tristeza.
Problemas na bexiga surgem
em pessoas que escondem alguma dor.
Quanto à obesidade, a pessoa
desenvolve a gordura para construir um casulo à sua volta para se
proteger. Também pode haver auto rejeição ou uma
necessidade de ser notada após um abandono.
A neurociência já nos disse
que somos 5% consciente e 95% inconsciente. Não é difícil perceber qual deles
vence, certo?
Queremos tanto uma vida mais
facilitada que ansiamos por um comprimido mágico para a nossa cura.
Tiremos o chapeuzinho da
chuva, o mais fácil é o caminho da consciência. Aquele em que nos apercebemos
que a mudança está em nós. Aquele que nos faz ver além do que os nossos olhos
nos mostram para percebermos que as coisas só acontecem para abrirmos os olhos,
e constatar finalmente que só estamos aqui para ser felizes.
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