Portugal
Dia 22
Hora 20:02
O ar fresco já se sente,
pelo menos nestas últimas noites (bem frescas) e ventosas.
Para uns é o fim do verão,
para outros, o início do outono.
São poucos os que almejam o
frio.
À parte do espectro da
temperatura suportada pelo corpo humano, a relação com o clima deve com certeza
estar ligada à relação que temos com o nosso corpo.
Não abandono a ideia do
metabolismo, funcionamento das glândulas, e mesmo o hábito em zonas de
temperaturas extremas.
No entanto, se perguntarmos
a cada indivíduo de uma população, obteríamos com certeza respostas de
resistência à temperatura bastante diferenciadas.
Assim, o que realmente
sentimos quando saímos do verão a caminho das estações frias?
Frio!
A temperatura domina as
culturas, os hábitos e as economias.
Produz ideias, invenções,
modas, rituais, remexendo astutamente no nosso comportamento.
Qualquer um consegue
descrever, mesmo empiricamente, as diferentes estações do ano.
Somos condicionados por
elas…e sabemo-lo.
Quanto ao Outono, vejo-o
como movimento, algo que não está parado, que nada retém. Ele representa o
deixar ir. E é com alegria que é possível largar as nossas memórias antigas,
para ficarmos vazios e respiramos com profundidade aquele vento frio que abana
os longos ramos das árvores.
E olhar as folhas a esvoaçar
como se fossem emoções que já não estão presas e agarradas, para por fim as
largarmos.
E no final, permitir a chuva
cair em nós. Dizem que faz produzir endorfinas. Enfm, quem nunca teve prazer em
apanhar chuva?
Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como
é.
(Fernando Pessoa)
Sunshine is delicious, rain is refreshing, wind braces us up, snow is
exhilarating; there is really no such thing as bad weather, only different
kinds of good weather.
(John Ruskin)
Weather forecast for tonight: dark.
(George Carlin)
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