Pressente-se alguma incorreção nesta
nova moda de comermos o que os outros nos dizem para comer.
Alcançou mesmo o estatuto de
estilo comer isto ou aquilo.
Há pessoas a gastar fortunas
em consultas de nutrição, e depois dizem que certos produtos (bons) são muito
caros.
Está na televisão, nas
revistas, naqueles anúncios que nos assolam na web. Está nas escolas, no
trabalho, nas grandes superfícies e até nas conversas sociais.
Comer.
É das coisas mais básicas da
vida. Aliás, do universo. É a energia. Aquela que não se cria, mas se
transforma.
Evoca um dos mecanismos
homeostáticos do corpo humano e decreta astutamente o nosso ritmo e hábitos diários.
O comer traz em anexo a
questão da obesidade, a qual mexe com duas qualidades que nos são bastante
familiares, a saúde e a beleza exterior.
Nunca se perguntaram sobre a
profundidade da prática de comer?
Será somente uma questão de
sobrevivência ou será um momento da tal troca de energia, comum a todo o que
existe?
Para sabermos exatamente o
que o nosso corpo precisa, em primeiro lugar é fundamental estar em sintonia
com ele. Ouvi-lo, senti-lo, reconhecer que é um conjunto de partículas, ou
seja, energia a vibrar.
É
elementar amá-lo.
A partir daqui, saberemos
facilmente o que comer.
Saber o que nos faz sentir
bem, saborear plenamente o que ingerimos, perceber que por dentro também
podemos ser perturbados.
Honrar os nutrientes vivos,
escolher consoante a nossa própria vontade, entender que até o solo mais fértil
pode ficar sobrecarregado.
Quanto à obesidade e beleza exterior,
arrisco-me a afirmar que trata-se de algo mais profundo que a ingestão de
comida. Até porque o peso é uma questão prioritariamente de saúde.
Sabemos que uma pessoa
gordinha passa a perder peso, não quando começa a comer melhor ou a mexer-se
mais, mas porque decidiu no seu íntimo dar tempo e espaço ao seu corpo.
Esta decisão trará
resultados notórios se for baseada na mudança de padrão interior da pessoa.
E isto porque?
Os gordinhos são pessoas que
subconscientemente desejam ser notadas. Pode ter havido um abandono, e agora
necessitam de aprovação. São pessoas que normalmente precisam muito de
companhia. Também podem ter desenvolvido uma forma de se proteger, gerindo dessa
forma a rejeição vivida.
Quando a pessoa transforma o
registo (vamos lá aceitar o desafio!), surge automaticamente um olhar diferente
sobre si mesma, o que leva rapidamente à perda de peso, acompanhada de hábitos
alimentares e de desenvolvimento pessoal diferentes.
Irá manifestar-se de forma
natural uma alteração física, a qual é o resultado da transformação mental.
Sem dúvida e sem esforço,
esta pessoa irá saber exactamente o que comer, e mais, sentir-se-á muito
satisfeita com tudo aquilo que faz em relação ao assunto.
A natureza é fabulosa, como
bem sabemos, e dá-nos exactamente o que precisamos.
Aí fora existe ao nosso
dispor uma panóplia de alimentos que nos podem fazer feliz.
Cada alimento tem uma determinada
vibração. Basta ter cores diferentes.
Cada alimento tem uma
determinada constituição. Está tudo ao nosso alcance.
Para quê tanto expertise, listas infindáveis de obrigações
e proibições, quando na verdade todo o conhecimento de nós mesmos e para nós
mesmos está dentro de nós mesmos.
Tudo o que gera stress é
desnecessário. Com a comida, então, é mesmo salutar estar tranquilo aquando
do processo, seja na aquisição, seja no consumo.
É verdade que as células têm
memória, e que o cérebro é hábil quando nos diz categoricamente que já comemos
aquilo há muito tempo, “não vais largar agora, certo?!”.
Errado!
Afinal quem manda aqui?
É o cérebro, os outros ou
você?
É na tomada de consciência
que encontramos exatamente o que nos faz bem e nos faz belos.
There is no sincerer love than the love of food.
(George Bernard Shaw)
Tell me what you eat, and I will tell you who you are.
(Jean Anthelme Brillat-Savarin)
Only the pure in heart can make a good soup.
(Ludwig van Beethoven)